{"id":1349,"date":"2024-12-19T11:05:50","date_gmt":"2024-12-19T14:05:50","guid":{"rendered":"https:\/\/marinasilva.eng.br\/?p=1349"},"modified":"2025-01-28T12:51:04","modified_gmt":"2025-01-28T15:51:04","slug":"como-evitar-o-ataque-por-cloretos-em-edificacoes-proximas-ao-mar","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/marinasilva.eng.br\/como-evitar-o-ataque-por-cloretos-em-edificacoes-proximas-ao-mar\/","title":{"rendered":"Como evitar o ataque por cloretos em edifica\u00e7\u00f5es pr\u00f3ximas ao mar"},"content":{"rendered":"\n

Ataque por cloretos: Intuitivamente voc\u00ea, assim como eu, sabemos que as maiores concentra\u00e7\u00f5es populacionais, e por consequ\u00eancia de constru\u00e7\u00f5es, est\u00e3o distribu\u00eddas ao longo do litoral brasileiro. Isso se deve a um processo hist\u00f3rico de descoberta, ocupa\u00e7\u00e3o e explora\u00e7\u00e3o que se iniciou na regi\u00e3o litor\u00e2nea do pa\u00eds.<\/p>\n\n\n\n

Segundo o atlas geogr\u00e1fico das zonas costeiras e oce\u00e2nicas do Brasil<\/a> , divulgado em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica<\/a> (IBGE), a necessidade de escoar as mat\u00e9rias primas aqui exploradas para o mercado de consumo europeu, bem como a necessidade de manter o dom\u00ednio da costa protegendo-a de ocupa\u00e7\u00f5es inimigas, contribu\u00edram para isso. Essa din\u00e2mica, juntamente com as condi\u00e7\u00f5es naturais, determinaram a distribui\u00e7\u00e3o que temos atualmente.<\/p>\n\n\n\n

A atmosfera marinha j\u00e1 \u00e9, por natureza, um ambiente mais agressivo as constru\u00e7\u00f5es. Isso se deve a presen\u00e7a de sais dissolvidos, como o \u00edon cloreto, que atingem a edifica\u00e7\u00e3o diretamente por via da mar\u00e9\/ respingos de mar\u00e9 ou indiretamente por meio da n\u00e9voa marinha.<\/p>\n\n\n\n

A ocupa\u00e7\u00e3o intensiva da \u00e1rea litor\u00e2nea contribui para o agravamento da situa\u00e7\u00e3o pelo grande volume de contribui\u00e7\u00e3o de esgotos<\/a> e polui\u00e7\u00e3o atmosfera que podem potencializar a a\u00e7\u00e3o agressiva deste ambiente, seja pelo lan\u00e7amento direto ou indireto desses res\u00edduos nos recursos h\u00eddricos.<\/p>\n\n\n\n

Uma no\u00e7\u00e3o num\u00e9rica quanto a densidade demogr\u00e1fica pode ser observada no mapa abaixo, divulgado em 2011 pelo IBGE. Nota-se que as maiores concentra\u00e7\u00f5es populacionais, com densidades demogr\u00e1ficas acima de 100 habitantes\/km\u00b2, est\u00e3o ao longo do litoral brasileiro ou \u00e1reas pr\u00f3ximas. Concordando com isso, temos um grande volume de constru\u00e7\u00f5es na zona costeira.<\/p>\n\n\n\n

\"ataque
(Fonte: IBGE, 2011)<\/mark><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Manifesta\u00e7\u00f5es patol\u00f3gicas decorrentes do ataque por cloretos<\/h2>\n\n\n\n

Uma edifica\u00e7\u00e3o \u00e9 formada por diversos componentes: funda\u00e7\u00f5es, estruturas, veda\u00e7\u00f5es, esquadrias, instala\u00e7\u00f5es, acabamentos, etc. Para garantir um bom funcionamento do todo, \u00e9 fundamental promover um bom desempenho a cada um deles individualmente, evitando manifesta\u00e7\u00f5es patol\u00f3gicas.<\/p>\n\n\n\n

As manifesta\u00e7\u00f5es patol\u00f3gicas<\/a> que acometem as constru\u00e7\u00f5es relacionam-se diretamente com a durabilidade, vida \u00fatil, seguran\u00e7a, conforto e est\u00e9tica das edifica\u00e7\u00f5es, sendo de relevante preocupa\u00e7\u00e3o tanto nas mais recentemente erguidas quanto nos pr\u00e9dios antigos.<\/p>\n\n\n\n

Quando tratamos, especificamente, de ocorr\u00eancias patol\u00f3gicas associadas a durabilidade, vida \u00fatil e seguran\u00e7a, as funda\u00e7\u00f5es e estruturas de concreto armado s\u00e3o os componentes que exigem maior aten\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Os problemas em estruturas de concreto podem ser provenientes dos defeitos intr\u00ednsecos dos componentes individuais, das varia\u00e7\u00f5es volum\u00e9tricas de origem t\u00e9rmica, da retra\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica ou da a\u00e7\u00e3o de agentes externos.<\/p>\n\n\n\n

Nesse contexto, as condi\u00e7\u00f5es de exposi\u00e7\u00e3o ambiental as quais a edifica\u00e7\u00e3o est\u00e1 submetida, como a atmosfera marinha e seus agentes agressivos, tornam-se particularmente importantes nas discuss\u00f5es.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 na atmosfera marinha que se d\u00e1 o ataque por cloretos, respons\u00e1vel por manifesta\u00e7\u00f5es patol\u00f3gicas em forma de trincas que al\u00e9m de prejudicar esteticamente os elementos tamb\u00e9m conferem sensa\u00e7\u00e3o de desconforto ao usu\u00e1rio.<\/p>\n\n\n\n

Essas aberturas s\u00e3o decorrentes do processo de corros\u00e3o do a\u00e7o que gera produtos altamente expansivos. O aumento de volume ocasiona trincas e eventuais destacamentos da camada de concreto de cobrimento.<\/p>\n\n\n\n

\"ataque
(Corros\u00e3o do a\u00e7o com trincas e destacamento no concreto)<\/mark><\/figcaption><\/figure>\n\n\n\n

Al\u00e9m disso, tamb\u00e9m ocorre perda da se\u00e7\u00e3o do a\u00e7o, que compromete o desempenho estrutural da edifica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Durabilidade e vida \u00fatil das edifica\u00e7\u00f5es<\/h2>\n\n\n\n

Como voc\u00ea leu acima, a a\u00e7\u00e3o de cloretos sob estruturas de concreto afeta sua durabilidade e vida \u00fatil, dentre outros aspectos. A defini\u00e7\u00e3o desses conceitos est\u00e1 descrita na ABNT NBR 6118: 2004<\/a> conforme segue.<\/p>\n\n\n\n